quarta-feira, 23 de julho de 2008

Não somos os únicos a adotar o estilo gambiarra de ser (ainda bem!)

Sugeri às pessoas do Coletivo Gambiarra Imagens a deliciosa tarefa de provocar uma discussão sobre o termo "gambiarra". Durante um ano e meio, tempo em que venho acompanhando o coletivo, percebi que essa palavra também dá nome a outros grupos daqui de Pernambuco, como o bloco carnavalesco "Gambiarra Clandestina" e a extinta companhia de teatro Gambiarra. Ao ampliar minha pesquisa em nível nacional (via google), encontrei outra companhia de teatro, grupo de dança, coletivo de designers e de pessoas que trabalham com metareciclagem.
Mas por que é que esse nome atrai tanta gente? Em minhas adanças no google (novamente), encontrei um texto interessantíssimo que fala sobre o signficado simbólico da gambiarra. Selecionei alguns trechos que esclarecem e aprofundam essa questão:

A gambiarra é aplicada (...) correntemente, para definir qualquer desvio ou improvisação aplicados a determinados usos de espaços, máquinas, fiações ou objetos antes destinados a outras funções, (...) assim postos e usados por falta de recursos, de tempo ou de mão de obra.
a gambiarra tem um sentido cultural muito forte, especialmente no Brasil. É usada para definir uma solução rápida e feita de acordo com as possibilidades à mão. Esse sentido não escapou à esfera artística, com várias criações no terreno próprio das artes plásticas.




teria (...) um acento político além do estético. Baseada na falta de recursos, a “gambiarra não se faz sem nomadismo nem inteligência coletiva”.


para se entender a gambiarra não apenas como prática, criação popular, mas também como arte ou intervenção na esfera social, é preciso ter em mente alguns elementos quase sempre presentes. Alguns deles seriam: a precariedade dos meios; a improvisação; a inventividade; o diálogo com a realidade circundante, local, com a comunidade; a possibilidade de sustentabilidade; o flerte com a ilegalidade; a recombinação tecnológica pelo re-uso ou novo uso de uma dada tecnologia, entre outros.


Nasce nos meandros da espontaneidade, do improviso diário para a sobrevivência, algumas vezes no terreno do pirateado, do ilícito, outras vezes dando um adicional criativo no meio do caos e da pobreza diária.


A gambiarra é sem dúvida uma prática política. (...). E, consciente ou não, em muitos momentos a gambiarra pode negar a lógica produtiva capitalista, sanar uma falta, uma deficiência, uma precariedade, reinventar a produção, utopicamente vislumbrar um novo mundo, uma revolução, ou simplesmente tentar curar certas feridas abertas do sistema, trazer conforto ou uma voz a quem é negado. A gambiarra é ela mesma uma voz, um grito, de liberdade, de protesto, ou simplesmente, de existência, de afirmação de uma criatividade inata.


a gambiarra também é método. É modo, (...) tática, de guerrilha, de ação, de transmissão, de disseminação. Isso pode ser observado não apenas no modo de funcionamento dos grupos ativistas de mídia mas também nas práticas dos coletivos artísticos, locais e redes alternativas.

E você, não vai fazer a sua gambiarra?

Obs: O texto integral, de Ricardo Rosas, está disponível no site
http://www.rizoma.net/interna.php?id=348&secao=artefato

Por Raquel Santana.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Arte na Comunidade!!!


É nesta sexta apartir das 15:00 hs na Portelinha, mais uma ação para movimentar a comunidade e afirmarmos nossas pontencialidades! música, dança, arte, pessoas, o bairro...vamos lá dar uma sacada.